terça-feira, 2 de outubro de 2012

O Trabalho do Pescador de Homens


Lendo o livro de João nesses dias tive minha atenção voltada para os versículos 35 ao 50 do capítulo primeiro do evangelho de João. Como coordenador de missões e evangelismo da JUBACE (Juventude Batista Cearense), fico devendo a essa Juventude o compartilhar da palavra de Deus para nos alimentarmos e continuarmos focados no nosso papel como cristãos: anunciar o  nosso Salvador Jesus Cristo!

Então Juventude Batista Cearense, lá vai uma porção da Palavra de Deus que nos confronta e nos incomoda acerca do nosso trabalho de Pescados de homens.

João 1: 35 - 40
Logo no versículo 35, vemos a “voz do que clama no deserto”, João Batista, juntamente com dois dos seus discípulos. Quando João avista Jesus, ele logo abre sua boca e proclama com entusiasmo que Jesus é o Cordeiro de Deus! Os seus discípulos ouvindo aquilo, logo vão ao encontro Dele, eles conhecem Sua casa e ficam com Ele todo aquele dia, com certeza ouvindo e aprendendo com o Mestre! Isso foi o suficiente para que aqueles dois homens se convencessem que Jesus era o Messias. E isso foi o suficiente para que aqueles dois homens se tornassem pescadores de homens!

1ª Aplicação: Para sermos pescadores de homens precisamos buscar a Jesus, ouvir as Suas Palavras e passarmos tempo com Ele! Não adianta falarmos de alguém que não conhecemos! Tentar fazer os outros buscar alguém que não buscamos é tolice! E se não passarmos tempo com o Senhor nossa vida não terá o brilho de Cristo e seremos apagados e sem vida para falarmos Dele!

João 1: 41 - 42
Após isso, logo um dos discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, PROCUROU SEU IRMÂO para anunciar que haviam encontrado o Cristo. André não somente anunciou a Pedro, como também, nos diz as escrituras, o LEVOU até Ele!

2ª Aplicação: Muitas vezes queremos anunciar o Cordeiro de Deus para pessoas que estão longe de nós, enquanto as que estão perto desprezamos! Nossa família é necessitada de ouvir sobre Cristo, nossos amigos, colegas de trabalho e quem mais estiver ao nosso redor! Além de anunciá-los Jesus podemos também levá-los até Ele, ajudando-os a compreenderem as escrituras, orando junto com eles e discipulando-os!

João 1: 35 - 40
No outro dia, Jesus foi para Galiléia e encontrou a Filipe e logo Ele o seguiu. O caso mais interessante dessas passagens eu vejo aqui! Filipe após conhecer o Senhor anuncia para Natanael e Natanael já está carregado de preconceitos sobre o Messias anunciado por Filipe e o rejeita. Natanael também parece está com certa descrença sobre o que Filipe fala. Ele replica: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” O que me deixa mais maravilhado é a resposta de Filipe: “Vem e vê”.

3ª Aplicação: Muitas vezes, queremos ser aceito pelas pessoas quando anunciamos a mensagem do Messias, mas Ele próprio já disse que por causa da Sua mensagem seríamos perseguidos, injuriados e mal tratados. Por isso não devemos ser mais ou menos felizes dependendo de como as pessoas irão nos tratar por causa do evangelho. Servimos a Deus e não aos homens! Nem devemos ficar envergonhados por sermos rejeitados, o apóstolo Paulo já disse que não devemos nos envergonhar do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crer! E que vale a pena se sacrificar por esta causa, pois a recompensa é eterna!
4ª Aplicação: Diferente de nós, Filipe deixa Natanael bem à vontade. Ele não o força, nem o coage, apenas coloca toda a responsabilidade nas mãos do Mestre. Nós não salvamos ninguém! Nós não somos o Espírito de Deus para convertermos as pessoas, nem temos essa obrigação! Nossa tarefa é anunciar, falar, proclamar, dizer que Jesus é o Salvador!

João 1: 47 – 50
Quando Natanael aproximou-se e o Senhor o viu, logo lhe dirigiu a palavra, mostrando para ele que o Senhor o conhecia muito bem. Natanael replica perguntando-lhe de onde Ele o conhecia e o Mestre revela algo que para Natanael foi o suficiente para ele crer que Jesus de Nazaré era o Messias!

5ª Aplicação: Não existe nos céus, na terra e nem debaixo da terra coração duro demais que Deus não possa destronar! Natanael é um exemplo disso. Ele rejeita as palavras de Filipe, mas a palavra de Jesus Ele não resiste!

Conclusão: Por isso meu querido jovem, não fique desanimado, não desista de pregar, pois Deus é quem está no controle de tudo. Pregue a palavra a tempo e fora de tempo e deixe Deus fazer! Ele é quem dá o crescimento! Não há ninguém que resista a graça maravilhosa de Deus! Todo aquele que Deus quiser salvar, Ele salva! Ele é Senhor Soberano! Por isso toda honra, toda glória, todo poder, louvores, adoração, majestade, ações de graças sejam dadas somente a Ele, Jesus, o único digno!

Soli Deo Glória!

Jhonathan Alves - Coordenador de Missões e Evangelismo - JUBACE


quarta-feira, 18 de julho de 2012

George Whitefield


“Conhecer a história de homens que foram usados por Deus para impactar sua geração é algo que todo cristão deve fazer. Ao conhecer um pouco mais de suas vidas, somos confrontados a viver da mesma forma que esses homens e nos entregarmos a Deus para sua obra. Espero que você seja inflamado com a chama que um dia inflamou o coração desse pregador chamado George Witefield”. (Jhonathan Alves)

Aí está por que, digo eu, é certo celebrarmos a memória deste homem. Este homem foi simples­mente um fenômeno. Não houve homem nenhum que fosse mais bem conhecido em Londres há duzentos anos, do que este homem, George Whitefield. Quais são os fatos a respeito dele? Deixem-me dar um breve sumário, a fim de tentar propiciar uma conceituação do fenômeno conheci­do como George Whitefield. Como já lhes fiz lembrar, ele nasceu em Gloucester, na Estalagem do Sino ("The Bell Inn"), em 16 de dezembro de 1714. Muitos dos seus antepassados tinham sido clérigos da Igreja da Inglaterra, porém o seu pai não. Seu pai era o zelador da Estalagem do Sino, em Gloucester, e ali ele passou a sua meninice. Seu pai morreu quando ele era muito jovem, e Whitefield nos conta em seu diário que ele caiu em muitos pecados, na maioria daqueles pecados nos quais a juventude tende a cair. Mas nunca foi feliz, sempre teve uma consciência sensível. Abandonou a esco­la por um tempo, porém depois começou a achar que estava errado. Durante o tempo em que deixou a escola, só esteve ocupado em servir bebida, segundo o costume daquele bar de Gloucester. Todavia a sua consciência ainda o perturbava, e ele voltou para a escola, e finalmente pôde conseguir ingresso numa faculdade, em Oxford. Ali, como digo, recebeu a influência daquele Clube Santo que tinha sido formado por Charles Wesley e alguns outros, e que mais tarde recebeu a adesão de João Wesley. Tendo concluído o seu curso em Oxford, foi ordenado pelo bispo Benson, bispo de Gloucester naquele tempo, em 20 de junho de 1736, na idade de vinte e um anos. Pois bem, o bispo Benson tinha feito uma regra segundo a qual não ordenaria ninguém com menos de vinte e três anos de idade, mas tendo ouvido o que ouvira sobre esse moço extraordinário, e tendo se encontrado pessoalmen­te com ele, resolveu quebrar a sua própria regra, pelo que o ordenou embora ele tivesse apenas vinte e um anos.
Em 27 de junho, uma semana depois da sua ordenação, ele pregou pela primeira vez em Gloucester, na Igreja de Sta. Maria, a Cripta, onde havia sido batizado na infância e tinha participado pela primeira vez da Ceia do Senhor. Naturalmen­te, este evento causou muito interesse, e talvez algum entusiasmo. Sua mãe era muito conhecida como zeladora da Estalagem do Sino, e todos os parentes e amigos, e outros, vieram ao culto; o resultado foi que a igreja ficou repleta. Ora, este é o ponto interessante: logo neste primeiro sermão ele mostrou que era um homem à parte, que havia algo incomum acerca dele. O efeito sobre os ouvintes foi tremendo. Foi dito mais tarde, e até foi levado ao conhecimento do bispo, que quinze pes­soas tinham ficado loucas por causa daquele ser­mão. O bispo Benson era um homem sábio, e correu a informação de que o seu comentário foi: "Tudo que desejei e esperei foi que a loucura não fosse esquecida antes do domingo próximo seguin­te". Todavia, ele era um homem sábio, e compreen­deu que ali estava um pregador deveras incomum. Já o primeiro sermão de Whitefield o marcou como um pregador inteiramente excepcional, na idade de, lembrem-se, vinte e um anos.
Não devo cansá-los com mais detalhes. Ele veio a Londres pela primeira vez em agosto do mesmo ano de 1736. Seu primeiro sermão em Londres foi pregado em Bishopgate. O posto que veio a ocupar consistia em atuar como substituto do capelão da Torre de Londres, porém lhe foram dadas oportu­nidades de pregar noutros lugares e, de novo, no momento em que começava a pregar ele atraía a atenção, e atraía multidões. O povo jamais ouvira pregação como a dele. Em vez de ler um prosaico tipo de ensaio, que se supunha servir como um sermão, ele era um homem que pregava com todo o seu ser, com autoridade, poder e convicção - e, imediatamente, toda vez que pregava, as igrejas ficavam cheias, atulhadas.
Depois de passar cerca de dois meses aqui em Londres, ele foi substituir um amigo numa paró­quia de Hampshire. Deu-se ali exatamente o mes­mo. Como resultado disso, foram-lhe oferecidas muitas paróquias e se lhe apresentaram muitas possibilidades e perspectivas de êxito e de progres­so na Igreja da Inglaterra. Mas, sob a influência dos seus amigos João e Charles Wesley, que estavam na Geórgia, EUA, procurando fazer alguma obra missionária, sentiu-se chamado para ir à Geórgia e, assim, decidiu definitivamente que era o que devia fazer. Não havia navio disponível imediatamente, e havia vários arranjos para fazer, de modo que ele pôde voltar a Gloucester para despedir-se de sua mãe, dos amigos e dos parentes. Ele pregou lá, e mais uma vez foi notável. Em certo sentido, ficou provado que esse foi um ponto decisivo da sua vida e carreira. Ele tinha alguns parentes em Bristol, cidade vizinha de Gloucester, e queria despedir-se deles antes de partir para a Geórgia. Por isso foi para lá. Toda vez que ele ficava sabendo que haveria algum tipo de preleção ou prédica nalguma igreja num dia de semana, sempre comparecia. Assim, em Bristol ele foi a uma certa igreja e ali estava sentado com a congregação, quando o ho­mem que deveria pregar reconheceu-o, foi até ele e lhe pediu que pregasse em seu lugar. Diz Whitefield: "Sucedeu que eu tinha as anotações de um sermão no bolso, de modo que concordei em pregar". E o fez. Esse foi, num sentido, o começo do real fenô­meno de George Whitefield. A congregação ficou toda eletrizada. Ele pregou noutras igrejas, e estas transbordantes também ficaram transbordante de gente. O povo vinha de toda parte, e nas igrejas ocupava todos os cantos - junto aos candelabros, no sótão, na galeria, em qualquer ponto, para estar no edifício e ouvi-lo. Pois bem, isso é assombroso. Ele pregou em Bristol pela primeira vez em janeiro de 1737. Houve atrasos, e ele ainda não pôde ir para a Geórgia, e assim pôde fazer mais uma visita a Bristol, em maio de 1737, chegando ali no dia 23. Eis aqui uma coisa que ajudará vocês a perceberem que fenômeno era este homem. Lembrem-se, ele era apenas um jovem de vinte e dois anos de idade, mas é isto o que ele diz sobre a sua segunda visita a Bristol: "Multidões vinham a pé ao meu encontro, e muitos vinham em carruagens a uma milha de distância, e quase todos me saudavam e me abenço­avam quando eu andava pela rua". Vocês podem imaginar isso? Um jovem de vinte e dois anos! Gente caminhando uma milha, viajando em carru­agens para encontrar-se com ele. Era uma espécie de "desfile real", e tudo resultante da sua admirável e espantosa pregação. E continuou assim - de volta a Gloucester, em seguida a Oxford e depois a Londres. Consta que entre agosto e o Natal de 1737 ele pregou cem vezes, e cada vez a auditórios repletos. Ele se tomou um dos homens mais famo­sos de toda a cidade de Londres, e de todo o país. Havia naquele tempo uma revista muito popular chamada Revista do Cavalheiro ("The Gentleman's Magazine"), e para alguém ter o nome nela era um feito e tanto. Pois bem, em novembro de 1737 houve um poema sobre George Whitefield na Re­vista do Cavalheiro, e ele ainda tinha somente vinte e dois anos de idade. Nove sermões dele foram publicados em 1737, e todos tiveram realmente grande venda.
Então, afinal, ele pôde ir para a América, e lá passou a maior parte de 1738. Agora, lembrem-se, este ano de 1738 é o ano em que os dois irmãos Wesley foram convertidos, durante o mês de maio. Todavia Whitefield voltou à Inglaterra no fim de 1738, por vários motivos. Ora, isto nos leva ao grande ano de 1739. Voltando aos seus velhos recantos - Gloucester, Bristol, etc. - começou a ouvir sobre a terrível condição dos mineiros que viviam naquela vila de Kingswood, situada nos limites de Bristol. Eles levavam vida muito depra­vada. Whitefield preocupou-se com eles. Aqueles homens nunca tinham chegado perto de um lugar de culto, pelo que ele achou que devia ir a eles, e foi um dia e pregou a apenas uns cem deles. Mas, de novo, o efeito foi tão tremendo que daí em diante ele começou a pregar a pelo menos cinco mil deles por vez. Estes homens saíam da mina, não tinham tempo de lavar-se; ficavam de pé, ouvindo; e ali ele lhes pregava. Conta-se que logo ele estava pregan­do a vinte mil pessoas, todas a ouvi-lo de pé, ao ar livre. E depois disso, como eu disse a vocês, ele influenciou os irmãos Wesley a fazerem a mesma coisa.
Entretanto, quando Whitefield voltou da Amé­rica, viu que se operara uma grande mudança aqui em Londres, na atitude dos clérigos e dos pastores para com ele. Quando partira, estava na crista da onda da popularidade, mas quando voltou viu que muitas portas estavam fechadas para ele. Por quê?
Bem, houve muitas razões para isso. Alguns dos seus convertidos haviam sido um tanto impruden­tes, tinham agido de um modo impróprio do evan­gelho, e tinham tornado hostis os seus próprios clérigos e pastores. Além disso, alguns membros do clero realmente nunca tinham gostado da sua pregação sobre a necessidade absoluta do novo nascimento. Acima de tudo, partes do Diário que ele tinha começado a produzir tinham sido publicadas, e eles achavam que isso era exibicionismo, e que ele estava dizendo coisas que não devia dizer. Estas coisas, sem dúvida, além de muita inveja, fizeram que muitas igrejas se fechas­sem para ele. Assim, ele foi impelido mais ainda ao ar livre. Negaram-lhe permissão para pregar na Igreja de Santa Maria, em Islington; justo quando ele estava para entrar no púlpito, foi detido. Aí ele resolveu então encerrar tranqüilamente aquele cul­to. Depois levou o povo para fora e lhe pregou no pátio da igreja. Tudo isso agravou a situação e os ataques que lhe moviam se tornaram realmente incríveis. Foram feitos ataques ao seu caráter mo­ral, ofendendo até a sua aparência pessoal. Whitefield tinham a infelicidade de ter um olho vesgo, e assim era conhecido pelo povo, pela mul­tidão popular de Londres, como o "Doutor Olho Torto" ("Doctor Squintum"). Isso, porém, não fa­zia a menor diferença. O ponto era que ele era este bem conhecido pregador, e foi como a sua vida continuou. Ele iria pregar em Moorfields Common, iria pregar em Marylebone Fields - logo ao norte da atual Rua Marylebone. Iria pregar no que então se chamava Feira de Maio, "May Fair", que agora chamamos "Mayfair". Ele costumava pregar em Kennington Common. Costumava pregar em Blackheath. De fato, em qualquer lugar onde hou­vesse um grande espaço aberto, Whitefield só tinha que se levantar e pregar, e milhares se reuniam para ouvi-lo. A média de seus ouvintes estava nalgum ponto próximo dos vinte mil por vez e, lembrem-se, todos eles tinham que ficar de pé. Não obstante, eles o faziam com a maior boa vontade.
Ele simplesmente continuou fazendo isso pelo resto da sua vida. Fez isso em toda a Inglaterra, fez isso em Gales, como já lhes falei, fez isso na Escócia, fez isso na América. Assim, este fenôme­no continuou. Quando se ouvia que ele estava nas imediações e logo ia pregar, lojistas fechavam imediatamente as suas lojas, pois tinham que ouvi--lo; homens de negócio esqueciam os seus negóci­os, lavradores largavam os seus instrumentos de trabalho. Ele podia conseguir um auditório de mi­lhares a qualquer hora do dia ou da noite; ele podia consegui-los e mantê-los na neve, na geada, no gelo e na chuva - não importava quais eram as condi­ções. Na América, num inverno muito frio, eles costumavam ficar de pé aos milhares ouvindo este homem pregar o evangelho, e os ouvintes percorri­am distâncias intermináveis para terem esta grande oportunidade e privilégio.
Posso resumir o restante da sua vida dizendo-lhes apenas isto - desde aquele início ao ar livre daquela maneira em 1739, ele simplesmente conti­nuou fazendo isso em todos estes países até que, por fim, às primeiras horas da manhã do dia 30 de setembro de 1770, expirou seu último alento e partiu para estar com aquele Senhor que anelara ver desde os seus primeiros dias como jovem pregador. Seu fim é muito característico da sua personalida­de. Ele não estava bem de saúde. O admirável é que ele viveu o tempo que viveu. Pois este homem costumava pregar cinco ou seis vezes por dia. Isso era coisa comum para ele, e assim ele punha o seu corpo sob uma tensão tremenda. Lá estava ele; tinha prometido pregar num lugar chamado Newbury Port, na Nova Inglaterra, domingo, 30 de setembro de 1770, e estava viajando naquela dire­ção. Ele teve que passar por um lugar chamado Exeter, e quando ouviram que ele estava lá, vieram todos em multidão. Ele tinha que pregar-lhes, e afinal o persuadiram a fazê-lo. A princípio ele mal podia falar. Estava em condição física tão fraca, que não conseguia articular as palavras. Ele come­çou devagar, e aos poucos começou a reviver. Acabou pregando para eles por duas horas. Esse era George Whitefield. Ele se encheu de poder e de forças, e os ouvintes, como de costume, ficaram profundamente impressionados. Depois chegaram ao lugar onde devia ficar aquele sábado à noite, em Newbury Port e, por fim, disse que ia dormir. Deram-lhe um castiçal com uma vela, mas o lugar estava cheio de gente. Para onde fosse, as pessoas se aglomeravam em torno dele, fazendo perguntas, querendo ter uma palavra dele. Este último quadro dele é maravilhoso, idílico. Ele tentou afastar-se delas, e começou a subir a escada, com a vela acesa na mão. Depois se voltou e lhes falou de novo, fazendo-lhes outra exortação. Continuou com a prática até que a vela se queimou da ponta ao bocal, e ele só ficou com o castiçal na mão. Finalmente ele foi para o quarto e para a cama. Teve um forte ataque do que hoje denominamos asma cardíaca, e morreu. Simplesmente foi, como digo, estar com o Senhor a quem ele tanto amava. Quando vocês lerem os seus maravilhosos diários, prestem aten­ção no modo como ele ansiava estar com o Senhor. Não era um simples falar; era isso que ele queria dizer; ele foi repreendido algumas vezes por dizer isso, porém era o seu maior desejo, e afinal isso lhe foi concedido. Bem, aí está o fenômeno abarcado pelo nome de George Whitefield, e aí está por que é bom lembrar-nos disso tudo.
Ali estava um homem capaz de pregar daquela maneira a todas as classes. Havia muitos que o seguiam, dentre os membros da aristocracia daqui de Londres. A condessa de Huntington achava que não havia nenhum homem como ele, como prega­dor, e costumava abrir as salas da sua grande casa e convidar todos os principais elementos da aristo­cracia da época para ouvi-lo; e eles se deliciavam ouvindo Whitefield. Ele era o maior desses prega­dores que pregavam para a aristocracia, todavia como lhes fiz lembrar, ele era também o maior pregador para os mineiros, o maior pregador para as multidões de Moorfields, Kennington Common e de onde mais acontecia ele estar. Ele podia pregar igualmente bem às crianças do orfanato. Que ho­mem estupendo e admirável ele era!
Ele também era supremo na questão de coletar dinheiro. Ele fundou um orfanato na Geórgia, e o custo para mantê-lo era muito grande. Assim, ele se acostumou a pregar um sermão e, depois, levantar uma coleta. Costumava conseguir enormes coletas de dinheiro, e com esse dinheiro também costuma-
va ajudar quem quer que estivesse em necessidade, qualquer pessoa pobre, todo aquele que estivesse em dificuldade. Toda a Inglaterra falava dele. Sem­pre se sabia quando ele estava em Londres, e ele atraía gente de todas as classes ou de todas as camadas da sociedade.

Por Martyn Lloyd-Jones (Livro João Calvino e George Whitefield)

Uma Análise do Impacto da Igreja no Mundo


Observamos na história da humanidade, que o homem sempre procurou uma forma de consertar o mundo, mas todas as tentativas foram mal sucedidas.
Quando o Senhor Jesus subiu aos céus, Ele deixou uma igreja que tinha aprendido e aprendia com Ele todos os dias, uma igreja viva, causadora de impacto na sociedade ao ponto de dizerem que eles estavam alvoroçando o mundo, uma igreja misericordiosa que não desamparava aqueles que faziam parte dela quando estes estavam passando por necessidades, mas de bom grado tudo lhes era em comum, uma igreja que não tinha medo de morrer por causa de Sua fé, uma igreja que desafiou Reis, Imperadores, e amou intensamente a Deus! Após isso a história nos informa a continuação dessa igreja, que infelizmente, após a morte de suas primeiras gerações, começou a desviar-se de sua missão. Deixou de amar a Deus e permitiu a entrada de pensamentos de homens e do Diabo. Entramos na idade média, a igreja católica já havia se tornada romana toma o monopólio do mundo e ao invés de contribuir para o desenvolvimento de um mundo melhor, contribui para um mundo extremamente pior. No período da idade média, a igreja tomava conta do estado, não havia separação, sendo que a igreja comandava tudo. Poderia ser maravilhoso se essa igreja não tivesse se desviado do seu Deus! Neste período de vários anos morreram muitas pessoas, o conhecimento humano não pode se desenvolver, pois a igreja não aceitava, condenando a morte aqueles que buscavam as descobertas científicas. Não é a toa que este período é chamado de idade das trevas, parece uma contradição horrenda, mas infelizmente não era, a igreja que Jesus disse que deveria brilhar no mundo, estava era escurecendo o mundo, tudo por que estava longe de Deus e calava toda boca que se levantava para dizer que estava errado. Neste tempo a Palavra de Deus foi escondida, as pessoas não tinham acesso às sagradas escrituras, nem para ouvir, nem para ler. A igreja romana falava para as pessoas que para serem salvas deveriam comprar pedaços de cruz para obter a salvação, e várias outras invencionices, chamados de indulgências. Este período foi chamado literalmente de idade das trevas. E quem sofreu foi a humanidade, o homem sofreu, pois no fim deste período, quando a igreja católica estava enfraquecendo, surgiram muitas ideologias, de pessoas que estavam decepcionadas com a igreja, descrendo do deus apresentado por essa igreja, e longe de conhecer o verdadeiro Deus. Ideologias que colocavam o Deus verdadeiro cada vez mais de lado de suas vidas, foi neste novo período que nasceu o evolucionismo, onde descarta a criação do universo por Um Ser Supremo, e fica a cargo do acaso. E é logo aceita, pois o descontentamento do homem com a igreja era completo, pois a igreja que deveria contribuir para a melhora do mundo, contribuiu para piorar ainda mais a situação. Vem o iluminismo, o renascimento, trazendo em suas raízes ideológicas uma distancia extrema de Deus e levando o comando do mundo para o homem. Surge pensamentos chamados de positivismo e cientificismo em que pelo advento da ciência, o progresso das descobertas cientificas ocasionou um pensamento que dizia o seguinte: não queremos Deus, Deus morreu, como falou Nietzcher.
Agora chegou a vez do homem fazer seu próprio destino, o homem se tornou Senhor de sua própria história. Este pensamento reinou em todo este período e vem a decepção da humanidade com o que o homem fez com a ciência que ia acabar com a miséria, violência, com o sofrer humano. A ciência é usada não para o bem, mas para o mal, são duas guerras mundiais com milhares de mortes, com a fome aumentando cada vez mais e um mundo em decadência total. Entramos na idade contemporânea com o homem suspirando, contrariado e decepcionado com o próprio homem que Deus há muito já havia falado que é incapaz de viver bem em todas as suas dimensões devido algo que ele é, o pecado. O homem não é um ser bom como dizem alguns filósofos, mas como Deus já disse o homem é pecador, necessitado da graça de Deus para produzir algo bom em todas as suas dimensões como Jesus. E a história nos mostra também isso incontestavelmente. A humanidade geme, suspira por redenção, as pessoas andam desgarrados como ovelhas que não tem pastor. E o clamor de Jesus continua ecoando, clamem ao Senhor da seara que mande mais ceifeiros para sua seara. Vemos no nosso país uma igreja fraca, muito fraca, uma igreja confusa, perturbada, que vai atrás de qualquer novidade, que não tem um alicerce sólido, firme e fundamentado em Jesus. São líderes explorando as pessoas sofredoras, arrancando até a ultima gota de dinheiro, se possível arrancando até a última gota de seu sangue. É como se voltássemos à idade média, está sendo dado as pessoas não a água viva, mas a água milagrosa, meias milagrosas que custam um dinheiro absurdo, pode comparar isso com as indulgências da igreja católica na idade média, parece que estamos voltando a idade das trevas no âmbito religioso. Não é mais apresentado para as pessoas o Jesus Senhor, Salvador do mundo, mas um Jesus escravo que está pronto para satisfazer todos os nossos caprichos no momento que estalarmos nossos dedos, a Palavra de Deus não está sendo mais pregada em Sua totalidade, mas somente aqueles pontos que satisfazem a ganância dos líderes.
Por outro lado a situação social e política que enxergamos hoje são caóticas. Vemos todos os dias a situação do nosso país nos telejornais, são crianças matando pessoas de forma cruel, as maiores atrocidades que podemos imaginar estamos vendo passando todos os dias na televisão. São pessoas vivendo sob a autoridade de traficantes que comandam um ramo empresarial altamente lucrativo e em ascendência cada dia que passa, com cada dia aumentando o número de usuários de drogas. A política que deveria estar preocupada com a educação, saúde, em acabar com a miséria no nosso país, em acabar com o desmatamento de nossas florestas, com a própria violência está apenas preocupada em encher os próprios bolsos de dinheiro e o cidadão que todo dia sofre trabalhando em situações até desumanas e escravas é que se lixe. Podemos ver claramente a violência e crueldade aumentando e quase ninguém preocupado com esta situação, mas preocupado consigo mesmo.
Desta exposição nos vêm algumas perguntas:
Existe igreja de Cristo no mundo hoje? Se existe onde está?
A igreja de Cristo existe e está trabalhando com todas as suas forças, lutando e morrendo nos campos de batalhas por aí a fora. Muitos morrem por Jesus, muitos se sacrificam por Cristo, nós não os conhecemos, mas Deus e o inferno os conhecem e eles são amados de Deus e odiados do inferno.
Qual impacto a Igreja de Cristo está deixando na sociedade brasileira? São tão poucos assim?
As fontes de pesquisas que realizam censos como o IBGE, afirma nas suas pesquisas que o número de evangélicos no Brasil crescem de forma muito grande no decorrer dos últimos anos, mas na vida da sociedade não parece, o divórcio cada dia aumenta mais o índice, a violência, o tráfico e etc. E perguntamos cadê essa igreja? Infelizmente está crescendo o número de evangélicos no Brasil, mas não o número de cristãos. Vemos aglomerações de pessoas para shows gospel, marchas pra Jesus, eventos dos mais variados tipos (não estou aqui dizendo que isto é errado ou sem valor algum), são realmente multidões, mas são somente para isso e nada mais, como se o Reino de Deus consistisse apenas, ou somente, nessas coisas. São pessoas que estão dentro dos templos evangélicos, mas não se tornaram templos do Espírito de Cristo, gostam do ambiente, das amizades, das programações recreativas, mas não gostam de se sacrificarem por Cristo. Vemos alguns que fazem à diferença, mas são muito poucos para a quantidade que demonstramos ser.
Eu faço parte da igreja de Cristo?
Chegou à hora de examinar-mos se fazemos parte da igreja de Cristo ou não, chega de nos enganarmos pensando que está tudo bem, chega de ouvirmos a voz de falsos profetas dizendo que há paz, há paz, sendo que não há nem um pouco de paz. Verifiquemos se realmente fazemos parte dessa igreja que sofre por Cristo, que se sacrifica por Cristo, que ama mais a Cristo do que seus parentes, que ama mais a glória de Deus do que a de homens, que não mede esforços para fazer Cristo conhecido, que abre mão de um templo luxuoso para alimentar os necessitados, que ama a Palavra de Deus mais que o alimento diário. Se você ver que faz parte vamos dar as mãos, colocar nossos joelhos no chão e clamar a Deus por Seu poder para sairmos por aí espelhando Sua glória. Se você não faz, hoje, agora Deus lhe convida para fazer parte dela.
O que faço pra fazer parte dessa igreja transformadora?
Basta você dizer para: Ele Senhor eis-me aqui, usa-me, faz de mim um vaso de honra, um soldado do Teu exército. Abandone tudo que lhe impede e peça força e poder a Deus e ele lhe dará. Então abrace a vontade de Deus para Sua vida.
Pra que a igreja de Cristo existe? Por que Jesus deixa aqueles que vão sendo salvos no mundo? Qual nosso papel no mundo? Pra que eu existo?
Para ser luz num mundo de trevas, brilhar em meio a escuridão, Jesus não lhe chama para ser qualquer um, mas para ser um ganhador de almas, um pescador de homens, um agente transformador da sociedade. Não precisa você ser pastor, missionário ou ter qualquer título religioso, mas onde você estiver você pode fazer a diferença e brilhar como astro em meio à escuridão.
Como eu, sendo igreja de Cristo, posso realizar a vontade de Deus para Sua glória?
Se colocando à disposição de Deus:
Indo para a guerra;
Provendo sustento para os que estão nos campos de batalha;
Derramando-se diante de Deus por aqueles que estão nos campos de batalha;
Pregando a todos que você tiver oportunidade e em todos os lugares, pedindo sempre a Deus para que a chama por Ele esteja sempre ardendo em seu coração.

Soli Deo Gloria
Por Jhonathan Alves