quinta-feira, 28 de junho de 2012

Meditações em Êxodo - Incapacidade Humana


Ao lermos o livro de Êxodo podemos ver logo nos primeiros capítulos o agir de Deus através de Suas maravilhas. Primeiro para com Moisés, quando Deus se revelando a ele por meio da sarça ardente, dá-lhe uma tarefa que seria para a glória de Deus e alegria do Seu povo: a libertação do povo de Israel do Egito.

Quando chegamos no capítulo 5, vemos Moisés com seu irmão Arão fazendo o que Deus ordenou, pedindo a Faraó que deixasse ir o povo do Egito para fazer festa ao Senhor no deserto, já podemos enxergar que não ia ser fácil a saída. Quando Deus começa a fazer suas obras no capítulo 7: 19-... O coração de Faraó já se mostra endurecido para com as obras de Deus, mas o que me deixa mais admirado com a incapacidade humana de render-se a Deus é a tamanha obstinação de Faraó para com as obras de Deus. São tantas maravilhas, tantos milagres extraordinários que parece que, se fosse conosco, nós já teríamos nos rendido a Deus há muito tempo. Mas se observarmos nas escrituras, não somente Faraó, mas o próprio povo de Israel ao sair do Egito, eles também já começam a murmurar do Deus que os tirou do Egito com mãos fortes. Meditando nisso percebo que o homem tem uma inclinação para o pecado e não para fazer a vontade de Deus. Faraó viu obras extraordinárias, o povo viu até mais do que Faraó, mas os seus corações não amavam o Autor destas obras, vieram às murmurações, as desobediências, a falta de fé e confiança em Deus. Eles recebiam as dádivas de Deus, mas não tinham o coração rendido a Ele.

Pois bem, concluímos com isso que o homem tem uma incapacidade de render-se a Deus, a sua visão é puramente carnal, não consegue enxergar a glória de Deus, nem deleitar-se em sua grandiosidade. Porque sua inclinação não é para Deus, e sim para o pecado. Entendo incapacidade dessa forma. Pego essa compreensão, primeiro das escrituras, conforme expus o pensamento deste livro de Êxodo e segundo das mediações de Jonathan Edwards, que foram conhecidas por mim através do Doutor John Piper, em uma pregação sobre Graça Irresistível e Depravação Total.

Mas chegando ao capítulo 19, Moisés está a falar com Deus no monte Sinai e Deus começa a dar leis para que o povo obedeça. Estas leis são leis humanas, mas com implicações espirituais. No sentido de que não precisa eu ser espiritual para obedecer estas leis, mas para que eu tenha prazer nelas e possa cumprí-las com regozijo devo ser espiritual, devo ter prazer em Deus. Deus pede fidelidade do povo. Total obediência aos mandamentos. Então surgi a pergunta: Como Deus pode exigir obediência de seres carnais para mandamentos que têm implicações espirituais, levando em consideração o que afirmei acima sobre a incapacidade humana?  Será que é justo Deus exigir algo que o homem não tem a capacidade de fazer? Primeiro acho bastante oportuno explicar aqui, que a compreensão de justiça, não está fora de Deus, no sentido de que Deus é escravo da “justiça” ou o que nós entendemos ser justiça. Deus é a própria justiça, Ele não é escravo da justiça, mas a justiça é atributo de Deus. Então tudo o que Deus faz é justo. E tudo que conhecemos como justiça, só está correto se for a interpretação correta da justiça de Deus.

Mas em relação à pergunta acima, não vejo problemas em relação o homem não ser responsável. Pois sendo verdadeiro e fiel as escrituras, posso dizer que não há injustiça da parte de Deus simplesmente porque está escrito. Mas para ajudar as nossas mentes finitas a se acalmar com este “problema” posso falar sobre a inclinação do coração do homem ser para o pecado, pegando o pensamento de Jonathan Edwards, esclarecendo que esta incapacidade não é algo de ordem natural, no sentido de “exigir do homem algo que para ele é impossível, como exigir de um cego o que ele não pode fazer, ou seja, enxergar” (John Piper).  Mas é uma inclinação do coração do homem para o pecado, visto que ele já nasce com esta inclinação, devido o homem ter pecado com Adão no início, como observamos em Romanos 5. Mas surgindo a justificativa de que não posso responder pelo que outra pessoa fez, respondo com uma pergunta para meditação: Se fosse você que estivesse no lugar de Adão, você não teria pecado? Acho que pessoas com um pouco de raciocínio iriam responder que teria pecado da mesma forma. Mas caso você não concorde ainda posso afirmar que este princípio está em várias áreas de nossa vida, como na liderança administrativa ou qualquer outro tipo de liderança, se o líder errar, toda sua equipe erra junto, mesmo que algum liderado não esteja presente na reunião para resolver o problema, ele continua sendo responsável. Será isso injustiça? Caso estas afirmações acima não lhe ajudem a pensar sobre este assunto, posso lhe mostrar mais uma que não anula as duas acima e que para mim estão corretas. Deus deu essas ordens para o povo de Israel, e essas ordens elas são humanas no sentido de que qualquer homem poderia muito bem obedecer às leis de Deus e mesmo assim ser inclinado a desobedecê-las. O homem pode obedecer às leis, mas amá-lO não. Obedecer porque socialmente era bem vista, ou N fatores. Mas como já afirmei, as leis tinham implicações espirituais e para obedece-las em sua totalidade é necessário uma transformação no homem. Então vejo que não podemos responder as perguntas acima com esta afirmação. Por isso vou para a última que posso ver como resposta. Deus ele foi se revelando ao homem de forma gradual em Sua Palavra, Deus não se revelou de forma total, de uma vez só. Ele foi se revelando. E evidentemente que para Deus se revelar é necessário que o homem também seja revelado. Entendo, por isso, que para que eu entenda a Deus eu também tenho que conhecer o homem, pois Deus age no mundo do homem e como Deus age no meu mundo eu tenho que me conhecer melhor pra que eu entenda o porquê de Deus agir assim ou assim com a humanidade. É isso o que vejo nas escrituras em seu contexto geral. Deus se revelando, mas revelando também o homem, o que está em seu coração, como funciona e como fazer para melhorá-lo. Isso é obvio porque o criador conhece mais a sua invenção do que a própria invenção conhece a si própria.

Com este pensamento bem entendido quero argumentar que Deus exigia a obediência do povo para mostrar que o homem é obstinado e não O obedece, pois sua inclinação é para o pecado. Para revelar que só mesmo a graça e a misericórdia de Deus para o homem. Que não há nada no homem que o ajude a chegar-se a Deus. E Deus revelou isto para que os seus escolhidos pudessem ver e alegrar-se em Deus por ter lhes concedido tamanha graça e misericórdia, fazendo com que entendêssemos isto e pudéssemos adorá-lo.

Sei que não posso responder as perguntas de forma fechada, por nossa mente ser finita, mas eu consigo enxergar a glória de Deus pensando desta forma e isso me faz ver à Deus, não de forma injusta, mas de forma amorosa para com Seu povo.

Por Jhonathan Alves

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Por que Amamos a Deus?


Boa noite meus queridos irmãos, que a maravilhosa graça de nosso Deus esteja enchendo nossos corações. Estamos aqui reunidos esta noite para compartilharmos a Palavra de nosso Senhor Jesus Cristo, cuja Palavra é digna de toda nossa atenção reverência e respeito, pois esta Palavra é nossa vida (Deuteronômio 32:47). Por isso peço sua total atenção. Peço que você abra sua bíblia no livro de Romanos 5.8, onde está escrito: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”. Minha oração a Deus é que Ele abra nossos corações para Sua Palavra, ressucite os mortos esta noite e aumente mais o nosso amor por Ele. Abordaremos esta noite um assunto que deve ser de nossa total compreensão, pois trata do clímax da nossa conversão a Deus. A mensagem dessa noite tem por tema nosso amor para com Deus, e como título da mensagem uma pergunta: Por que amamos a Deus?
Introdução: Queridos este título é uma pergunta simples e direta aos nossos corações, que para ser respondida requer uma meditação profunda, cuja pergunta quando respondida corretamente poderia nos trazer lágrimas aos olhos. Mas nem todos têm a resposta correta para tal pergunta. Creio que muitos dos que estão aqui responderiam da seguinte maneira: Há eu amo a Deus porque Ele restaurou minha vida financeira, porque Ele me deu um carro, uma casa, porque Ele restaurou meu casamento, por que Ele me dá saúde, paz, prosperidade, me deu uma família estruturada, ou alguns responderiam que amam a Deus por que têm medo do inferno. Se alguém aqui pensa dessa forma, eu dou graças a Deus, porque hoje Deus lhe dar oportunidade de você aprender os verdadeiros motivos pelos quais devemos amamos a Deus.
Amamos a Deus porque quando ainda éramos pecadores, Ele nos amou, entregando Seu filho unigênito para morrer pelos nossos pecados.
Irmãos o versículo diz na terceira parte “quando ainda éramos pecadores”. O que faz de nós pecadores?
Argumentação I: Quando ainda éramos pecadores. Romanos 5.8c
A) Somos pecadores porque desobedecemos à lei de Deus. Romanos 4.15.
As escrituras dizem que o pecado é tudo o que nós fazemos que é contra a lei de Deus, e esta lei todos nós já desobedecemos, todos nós. Em Romanos 3.23 diz que todos pecaram, e quem tem ousadia suficiente para dizer que nunca pecou? Quem aqui nunca contou uma mentira em sua vida? Quem aqui nunca olhou para alguém e a desejou em seu coração? Quem aqui nunca se irou contra alguém? Ou quem nunca desobedeceu a seus pais? Se alguém aqui tiver cometido algum desses pecados em sua vida, já pode se considerar um pecador.
E qual a situação do pecador?
B) Os pecadores estão mortos. Efésios 2.1
A bíblia diz que os pecadores estão mortos em suas ofensas e em seus pecados. Isto quer dizer que não há nenhuma comunhão do pecador com Deus. Deus não está presente na vida do pecador como um pai que está perto do filho. Os pecados colocam Deus fora da vida do pecador. O homem morto em seus pecados é amigo do mundo e inimigo de Deus. Mas alguém pode pensar: Será que alguém que tem juízo perfeito quer ser inimigo de Deus? Mas aqui está o engano de muitos. As pessoas realmente não querem ser inimigos de deus, mas é do seu deus. Um deus que criam em suas mentes que faz tudo o que elas querem, um deus escravo, com uma coleira no pescoço, pronto para obedecer o que seu senhor pedir. Você lembra daquele desenho chamado Alladin? Ele tinha uma lâmpada mágica, e quando queria alguma coisa era só esfregar a lâmpada que saia o gênio, pronto para realizar seus pedidos. Assim é o deus das pessoas hoje em dia. O deus que só serve para realizar seus desejos egoístas. Mas este não é o Deus das escrituras, o Deus que faz todas as coisas como lhe apraz. O Deus criador que sustenta o universo segundo Sua Palavra. E Ele não é escravo de ninguém, mas Senhor. Mas o pecador não enxerga isso e continua morto em seus pecados, sendo inimigo do Deus Todo-Poderoso e não abre os olhos para enxergar seu fim.
Qual o fim dos pecadores?
C) O fim do pecador é morte eterna. Romanos 6.23ª
Morte! Morte! Morte eterna! A bíblia diz em João 5.19 que quem não crer em Cristo já está condenado, não diz que será condenado, mas que jã está condenado. A setença já foi decretada. É como se vocês vissem um preso condenado a morte numa prisão horrível, e vocês o vissem rindo com alegria. Vocês diriam que homem tolo, está condenado e vai ser executado, mas está rindo contente! Da mesma forma é o pecador que ainda não correu para os pés de Cristo, está condenado e será executado ao fogo eterno, no entanto continua na vida de prazeres terrenos! Mas se ele não acordar, a morte irá chegar um dia e ele terá um arrependimento eterno na morte eterna.
Agora que sabemos que todos somos pecadores, que os pecadores estão mortos e condenados a morte eterna, resta-nos saber o que Deus fez para mudar esta história.
Argumentação II: Cristo morreu por nós. Romanos 5.8b
A) Cristo, o Deus filho.
Como não haveria outra forma de sermos salvos da condenação, foi necessária a intervenção do próprio Deus para aplacar Sua própria justiça. E a bíblia diz que Ele se desfez de Sua glória, humilhou-Se a Si mesmo, aniquilou-Se tomando a forma de servo e sendo obediente até a morte e morte de cruz (Filipenses 2.7-8).
B) O Cordeiro imaculado sem pecado.
Vocês lembram da histótria de Abraão, quando Deus pede que ele lhe sacrifique seu único filho? Vocês acham que ela foi escrita só para nos dar um suspense quando Abraão levanta sua mão para degolar seu Isaque e o anjo o impede de dar o golpe? Para nos emocionarmos com uma história com final feliz? Não, não... Alí era uma figura do que iria acontecer alguns anos há frente, e aconteceu, mas só que com outro final. Lá vai “Abraão” levando seu único filho quem mais amava, só que o lugar agora é outro, não é mais o monte Moriá, mas o lugar da Caveira, o Gógota. Eles chegam lá no topo, o Pai prepara o altar: a bíblia diz que houve trevas sobre toda a terra, o sol escureceu, o véu do templo rasgou-se, e antes do Pai dar o golpe o filho em sua extrema dor exclama: Elí, Elí, lama sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste? Mas logo diz: Pai em Tuas mãos entrego meu espírito. Então o Pai desce sua mão. E a bíblia fala que o filho expirou. Ele morreu por nós!
E é através dessa morte que temos vida eterna, fomos salvos da ira, da condenação.

Conclusão: Ó irmãos porque você ama a Deus? O que nos motiva a estarmos aqui reunidos? A abrirmos nossas bocas e cantarmos louvores a Deus? Por que O amamos? Por que?
O amamos porque quando ainda éramos pecadores mortos e condenados, Ele nos amou, enviando Seu filho querido e amado para morrer em nosso lugar, para que fossemos salvos. Irmãos amamos a Deus por isso! Devemos amar a Deus por isso! Não por que ele nos dá bens, não porque somos prósperos em tudo. Mas porque Ele foi ferido pelas nossas iniquidades, moído pela nossas transgressões, porque o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e pela Suas pisaduras nós fomos sarados. Ame ao Senhor de todo seu coração. Todos nós amemos ao Senhor, pois Ele é a nossa vida. 


Sermão elaborado e pregado por mim para disciplina de homilética do Seminário Teológico Batista do Ceará.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

A Prioridade Deve Ser Salvação



E, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe; E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós. E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz; E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.  Lucas 17: 12-19
A Palavra de Deus narra no texto acima uma história muito proveitosa para todo aquele que quer aprender mais acerca da vontade de Deus. Ela nos fala de dez homens leprosos que saindo de uma aldeia, foram ao encontro do Mestre, e de longe clamavam por misericórdia com o desejo de serem curados. Jesus vendo-os pediu para que eles se apresentassem aos sacerdotes, e logo eles foram e ficaram curados.
Se parássemos por aqui, poderíamos observar que estes dez homens conseguiram o que queriam,  foram curados. Diante disso, nós poderíamos até admirá-los por sua "grande fé" em Cristo, mas se nós continuarmos a ler o restante desta história, veremos que a fé de nove daqueles homens foi suficiente, apenas para serem curados, apenas para serem livres de uma dor terrena, de um sofrimento passageiro, mas o que é o mais importante, a vida eterna, eles não obtiveram.
Foi somente para o homem que voltou que Jesus disse: "A tua fé te salvou". VEJAM é isso que realmente importa "A tua fé te salvou", a vontade principal de Deus é salvar o pecador, a salvação no reino de Deus sempre deve ter a primazia, Curas, milagres, "libertações" e prosperidade fazem parte do Reino de Deus, mas quando são meios que Deus usa para salvar o pecador.
Que possamos buscar cumprir o desejo de Deus em nossa vida e sermos instrumentos Dele para salvação de vidas.

Um grande abraço a todos!

Jhonathan Alves