A tese que irei abordar neste
texto foi elaborada no Concílio de Calcedônia no ano 451 d.C. para defender a
humanidade e divindade de Cristo. A tese é a seguinte:
“Existem duas naturezas em Cristo que são
permanentemente distintas e são unidas em uma pessoa”.
O Concílio de Calcedônia foi
formulado devido às várias contradições sobre a pessoa de Cristo que surgiram
nos primeiros séculos da era Cristã. As três principais controvérsias
levantadas era o apoliarianismo,
nestorianismo e eutiquianismo. Todas elas tinham em comum a questão da
natureza de Cristo. Enquanto um queria separar o que era humano e o que era
divino, outro queria excluir a sua natureza humana. Justamente para combater
isso e encerrar esse assunto é que foi formulada no Concílio de Calcedônia a
tese descrita acima.
Para defender tal proposição
a Bíblia deve ser nossa base fundamental, portanto, irei fazer uma defesa retirando
da Bíblia o que ela tem a nos dizer sobre o assunto.
Existem várias declarações
que nos mostram a glória divina e humana de Jesus, mostrando assim as suas duas
naturezas. Os versos são os seguintes:
“Porque
um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus
ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6).
Isaías fala que o menino que havia de nascer
teria todos os adjetivos nominais mencionados no verso. Isso mostra claramente
que Jesus foi dado como homem e tinha ao mesmo tempo o direito de receber os nomes
divinos.
Colaborando
com este texto, segue abaixo mais passagens que retratam o homem – Deus, Jesus
Cristo.
“E o
Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e
vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1.14).
“com
respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi
e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de
santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso
Senhor” (Romanos 1.3-4).
“vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para
resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de
filhos” (Gálatas 4.4-5).
Essas passagens das
Escrituras mostram o mais profundo mistério do eterno e infinito Filho de Deus mergulhando
no tempo e no espaço e assumindo a natureza humana. Tal entendimento nos mostra
o quanto o amor de Deus por nós é verdadeiro, valioso e extremamente grandioso.
O Deus eterno e todo poderoso suportar nossa condição de homem finito e falho. Não
existe pensamento mais grandioso no qual possamos ponderar do que esse, o
próprio Deus encarnado em uma pessoa com suas duas naturezas distintas.
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